La nueva ruralidad metropolitana en Brasil

Páginas151-173
CAPÍTULO III.
LA NUEVA RURALIDAD METROPOLITANA
EN BRASIL*
POTENCIAL INTERPRETATIVO E INSTRUMENTAL DA NOÇÃO
DE RURALIDADE METROPOLITANA
Introdução
Este artigo apresenta uma primeira sistematização da noção ruralidade
metropolitana como noção interpretativa das relações estabelecidas entre
o campo e a cidade, apropriada para orientar a elaboração de diagnósticos
que subsidiem intervenções planejadas na perspectiva do desenvolvimento
humano. Essa possibilidade instrumental que decorre da interpretação de
uma ruralidade como metropolitana é cogitada a partir dos resultados de
cinco anos de pesquisa, em que o rural e a ruralidade foram examinados,
em seus recursos interpretativos, inicialmente em escala regional. Em escala
municipal busca-se elementos para a formulação de indicadores qualitativos
de ruralidade metropolitana –  com os quais se caracterizem as condições
do desenvolvimento humano nos modos de vida rural e urbano em interação
e complementaridade, num mesmo espaço.
Para integrar interpretação e intervenção referenciadas na relação campo
e cidade ou rural e urbano, colocamos em questão as restrições contidas nas
classifi cações estabelecidas por normas, políticas ou medidas administrativas
* Elaborado por Cristina Maria Macêdo de Alencar, é Mestre em Desenvolvimento
Agrícola e PhD em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Professora e
Pesquisadora da Universidade Católica do Salvador – UCSal, na Área Acadêmica de
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social e no curso de Ciências Econômicas.
Líder do grupo de pesquisa Desenvolvimento. Sociedade e Natureza.
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e elegemos os modos de vida como referência conceitual aberta para pensar
o urbano e o rural hoje. Consideramos que, os modo de vida na perspectiva
do desenvolvimento humano, são incompletos, o que possibilita ao ser
humano vivenciar diferentes ritmos (do campo e da cidade), intensidades
de acontecimentos, condições objetivas e subjetivas, enfi m, pensar e agir em
complementaridade, o que seria favorável à complexa sustentabilidade sócio-
ambiental. É preciso também considerar, sem hierarquização, as diferentes
dimensões que constituem esse ser humano ao mesmo tempo em que se busca
uma instância de universalidade. Essa universalidade seria a natureza enquanto
unidade entre os sujeitos que vivenciam identidades sociais urbanas e rurais,
como seres da mesma espécie humana de vida.
Os diferentes rurais e as diferentes ruralidades não são apenas exercícios
classifi catórios formais das ciências sociais; também carregam consigo modelos
de desenvolvimento que contemporaneamente engloba o desenvolvimento
territorial. Desse modo, e também por opção teórico-metodológica, a
noção ruralidade metropolitana, está sendo construída numa interação
entre conhecimento científi co e experiência de ruralidade (Alencar, 2003a),
sendo que a realidade empírica tomada como referência é a da Região
Metropolitana de Salvador – 33, e o conhecimento científi co é o herdado e
o contemporâneo publicado, sobre a temática, na  na década de 1990. A
 foi examinada em termos de complexidade, de modo a serem apreendidas
múltiplas dimensões e determinações. Em uma série de trabalhos Alencar
(2001, 2003b, 2004, 2005 e 2005a); Alencar e Moreira (2002) apresenta
refl exões que afi rmam a validade da noção ruralidade metropolitana, e amplia
suas evidências empíricas.
33 A , composta pelos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias
D’Ávila, Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus, Itaparica e Vera Cruz, é
a menor região econômica do Estado da Bahia em extensão, e a maior em densidade
populacional, volume de investimentos e ; dados da Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da Bahia – SEI apontaram que em 1996, dos dez maiores PIBs
municipais, Salvador respondia por 37%; cinco municípios da RMS estão entre os
dez maiores do Estado e totalizaram 59,5% do  desses municípios; a arrecadação
do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria – , segundo a Secretaria da Fazenda
– , representava em 1996, 70,74% de toda a arrecadação do Estado. No período
pesquisado, o Estado da Bahia conta com 417 municípios.

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