O Fundo de Apoio Municipal e a autonomia financeira dos municípios em Portugal

AutorPedro Cruz e Silva
CargoLicenciado en Derecho por la Facultad de Derecho de la Universidad de Coimbra
Páginas205-222
205
IURIS TANTUM NO. 26 2015-2016
O FUNDO DE APOIO MUNICIPAL E A AUTONOMIA
FINANCEIRA DOS MUNICÍPIOS EM PORTUGAL
EL “FUNDO DE APOIO MUNICIPAL” Y LA AUTONOMIA
FINANCIERA DE LOS MUNICÍPIOS EN PORTUGAL
16PEDRO CRUZ E SILVA*
RESUMO:        
   
a este processo de reformas teve a sua origem num acordo celebrado entre Por-
      -
vando as dimensões constitucionais e legais essenciais, procura-se, neste artigo,
         
      
forma estes instrumentos colidem, ou não, com a autonomia, constitucionalmen-
te consagrada, dos municípios portugueses.
RESUMEN 
-
je oferecido a este proceso de reformas ha tenido su origén en un acuerdo cele-

de 2011. Desde la perspectiva de las dimensiones constitucionales y legales apli-
cables, se busca, en este artículo, dejar referencias del estado del debate sobre
         
“Fundo de Apoio Municipal”)      
com la autonomia, constitucionalmente acojida, de los municípios portugueses.
1 - Em 17 de Maio de 2011, o Estado português celebrou um acordo com
três instituições internacionais (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia
Recibido: 25/01/16 Aprobado: 12/08/16
* Licenciado en Derecho por la Facultad de Derecho de la Universidad de Coimbra y Mestre en Derecho Pú-
blico por la Universid Católica Portuguesa;
Doutorando en Derecho Público por la Universidad de Minho (Braga - Portugal);
Investigador en Derecho Local por la Escuela de Derecho de la Universidad de Minho (Braga - portugal) y
por la Facultad de Derecho de la Univesidad de Santiago de Compostela (España);
Abogado y Árbitro en Derecho Administrativo (contratación pública y relaciones laborales publicas) de la
CAAD (Centro de Arbitragem Administrativo de Portugal).
Adjunto para la area juridica y politica del Ministro de Economia del XXI Gobierno Constitucional de Por-
tugal.
206 IURIS TANTUM NO. 26 2015-2016
e Banco Central Europeu), designado “Memorando de Entendimento sobre as Con-
-
nómica e Financeira, através do qual se comprometeu a “reorganizar a estrutura
da administração local. Existem atualmente 308 municípios e 4.259 freguesias.
Até Julho de 2012, o Governo desenvolverá um plano de consolidação para reor-
-
mentará estes planos baseado num acordo entre a CE e o FMI. Estas alterações,
      -
        ” (seu ponto
-
to Verde da Reforma da Administração Local – Uma reforma de gestão, uma re-
forma do território e uma reforma política”, documento de conteúdo essencialmen-
te político e através do qual se estabelece que a reforma do poder local se fará em
torno de quatro áreas fundamentais: o setor empresarial local; a organização do
território; a gestão municipal e intermunicipal; e, por último, a democracia local
(relativa, entre outras, a matéria eleitoral e de estatuto dos eleitos locais). Estes são,
de forma incontroversa, os dois pontos de partida para a compreensão do acelera-
do processo legislativo que, a propósito das entidades locais, Portugal vive desde
2012. Sem a preocupação de sermos exaustivos, podemos dar nota de que, nestes

-
ro das entidades locais, o regime jurídico das entidades locais, incluindo o seu
      
      

        
Inserido neste processo de intensa produção legislativa, surgiu a Lei nº 53/2014,
de 25 de Agosto, a qual aprovou, por um lado, o regime jurídico da recuperação
 
           

havia sido criado, em primeira linha, pela Lei nº 73/2013, de 3 de Setembro – di-
 -

Ora, apesar de integrada num movimento legislativo mais amplo, somos da opinião
   
tema deste trabalho: nela estão previstas soluções que abalam, e muito, as estrutu-
           
dedica ao estudo do poder local democrático. Este é, assim, o propósito deste
breve estudo: principalmente ao leitor estrangeiro, dar conta do estado do debate
que se criou à volta do conteúdo deste Lei nº 5372014, de 25 de Agosto.
2 – Ainda que de forma absolutamente sintética, não podemos deixar de
referir, a título introdutório, que Portugal – no que à autonomia das suas entidades
locais diz respeito – é herdeiro de um processo de construção jurídica doutrinária

Para continuar leyendo

Solicita tu prueba

VLEX utiliza cookies de inicio de sesión para aportarte una mejor experiencia de navegación. Si haces click en 'Aceptar' o continúas navegando por esta web consideramos que aceptas nuestra política de cookies. ACEPTAR